ARTE,
MEMÓRIA
E EDUCAÇÃO.
Identidade, território e Negritude
Em quatro anos de existência, o Museu Itamar Assumpção, o primeiro museu virtual de um artista negro brasileiro, firma seu compromisso e missão de difundir, manter e preservar a memória negra brasileira com seu primeiro projeto educativo concluído. Há muito se reconhece a importância da presença de projetos sociais comprometidos com a difusão dos saberes, estimulando cada vez mais crianças e adolescentes a desbravarem suas capacidades para além dos muros escolares. O Plano Anual do Museu Virtual Itamar Assumpção pôde realizar este programa pedagógico, que atuou em duas escolas públicas da cidade. Segundo Renato Gama, nosso coordenador educativo, levamos para dentro das escolas a vida e obra de Itamar, figura que entra em sala como alguém desconhecido e que sai como um amigo íntimo, um agente transformador, uma nova ideia de futuro. Identidade, território, negritude e consciência coletiva e ambiental foram trabalhadas através do artista e sua obra. O resultado sensível desse projeto pode ser visto e sentido através dessa mostra, que foi montada com muita delicadeza a partir dos trabalhos produzidos pelas crianças, e com a sensível curadoria de Maré de Matos. Itamar conduz com liberdade e amplifica possibilidades de novos pensamentos e formas de existir no mundo.
'Na vida sou passageiro, e sou também motorista'.
Nosso desejo maior é que este seja o primeiro de muitos programas educativos deste museu para que, cada vez mais, possamos recontar as histórias negras brasileiras com afeto e arte.
Assim o Ita Ensina.
Anelis Assumpção
Diretora Geral do MU.ITA
assim o ita ensina
"o mundo não é
o mundo tá sendo"
(Paulo Freire)
a infância como um centro de ativação: esperança exponencial: 62 crianças são: formas de imaginar o mundo e atuar no ensino com aquilo que ele tem de mais bonito: o estímulo. e então, a partir da obra de ITAMAR ASSUMPÇÃO, experimentar uma pedagogia insistente: da fábula e da imaginação, da cena e do improviso, da criatividade e invenção como exercício também de reaprender a ensinar.
ou seja, na prática, o sonho. investir em fontes de autenticidade no ambiente de aprendizagem, e levar às crianças o conforto das perguntas: e se eu for? e o que significa se transformar? ou mesmo ter sido ou ser itamar?
esta mostra é uma lente: pela qual sabemos que criação, bichos, cartas, rio, fábula, som, figurino, tabuleiro, encenação, metáfora, são modos também de ativar e acessar memória.
e através de desenhos, reconhecer, lembrar e através das cenas, ouvir, recontar e através dos bichos, misturar, inventar.
partir do princípio de ITAMAR significa, nesta mostra, estabelecer diálogo íntegro com a graça e com aquilo que é elementar na arte e na infância: imaginação e ousadia. e por fim, se conectar com o propósito e princípio da educação, sendo museu e sala: lugar de esperança e utopia, de amorosidade e diálogo, de curiosidade e continuidade, de escrita e leitura de mundo.
Maré de Matos
Plataforma de Sonhos
O educativo do Museu Itamar Assumpção propõe, de forma orgânica, o caminhar junto da arte e educação, onde a criatividade se torna ponto focal das nossas atividades, proporcionando um olhar para o futuro.
Iniciando nosso processo em duas escolas públicas da capital de São Paulo, através da literatura, artes plásticas, música e do teatro, queremos apresentar a obra e a vida de Itamar Assumpção.
A primeira escola é a EMEI Nelson Mandela, referência na educação infantil, que no seu histórico já tem a arte como estruturante para o seu processo pedagógico. Levamos os livros infantis para mediação de leitura e propomos com as crianças a confecção de imagem a partir das ilustrações criadas pelo artista visual Dalton Paula, e também a construção de um jogo de tabuleiro onde o território é o princípio da jogabilidade. E a EMEF João de Lima Paiva (Segundinho), localizada no bairro de Guaianazes, tem na sua tradição parcerias com coletivos artísticos da região, sendo o bairro uma potência na cultura popular. Lá o teatro foi a ferramenta para introduzirmos o universo de Itamar Assumpção, com as canções como narrativas para as crianças criarem suas performances.
Não fechando os olhos para os desafios que a educação brasileira vem tomando no Brasil, com essa parceria o MU.ITA leva a arte para as escolas com uma postura de troca, tendo Paulo Freire como guia, propondo caminhos para encararmos os desafios que muitas vezes nos levam a não acreditar na educação como antídoto para a violência produzida nas periferias.
Esse projeto traz, no seu nascimento, uma comunhão de educares que planejam e acreditam na educação e na arte como emancipadoras de consciência, o que entendo como utilidade pública, fazendo do quintal plataforma para decolagem de sonhos e realizações.
Renato Gama
Arte, infância e os animais
A partir das oficinas realizadas na EMEI Nelson Mandela, fugimos de métodos expositivos de aprendizado e optamos por engajar os alunos em uma experiência de criação. Em um só tempo, implica-se o aluno no objeto de conhecimento e o coloca como protagonista do processo.
Baseado nos livros de Itamar, com ilustração de Dalton Paula - Homem Bicho-Bicho Homem e O Jabuti Não Tá Nem Aí - e também em retratos do Ita disponíveis no acervo do Museu, numa linda viagem pela literatura infantil, dentre tantas lindezas, são apresentados diversos bichos na diversidade de ser bicho. A partir dos desenhos livres das crianças, chegamos a um jogo interativo chamado Jogo da Memória do Bicho, criando ainda laços que estimulam a curiosidade e a autoconfiança, e desenvolvem a linguagem, o pensamento, a concentração e a atenção.
Brincando e aprendendo, num enlaçamento bonito de representatividades diversas entre a arte, a infância e os animais.
Almir Rosa
Uma experiência de poder
Itamar na escola, pode? O que pode Itamar Assumpção diante do ato de aprender-ensinar? Quem aprende? Quem ensina? Uma experiência comum é possível, assim o Ita ensina. 'Assim o Ita ensina' é uma experiência de poder. Confronto, resgate, empoderamento. As crianças da EMEF João de Lima Paiva, de Guaianases, zona leste de São Paulo, poderiam falar sobre isso. Afinal, durante um semestre esses alunos do 4° ano fizeram e refizeram com Itamar. Entraram em confronto com sua música, resgataram uma memória negra de pensamento e de proposição estética na periferia de São Paulo: empoderados, criaram uma forma de lidar com suas realidades: sonhar também é olhar pra trás – presente passado e futuro como pressupostos de si.
Tiago Mine
Ministério da Cultura e Redecard apresentam:
Direção Geral
Anelis Assumpção
Direção Artística
Frederico Teixeira
Coordenação Administrativa
Paloma Espíndola
Coordenação de Comunicação
Taís Reis
Coordenação de Produção
Ana Vasconcellos
Assistente de Produção
Amanda Konig
Coordenação Pedagógica
Renato Gama
Consultores Pedagógicos
Almir Rosa, Tiago Mine, Maré de Matos
Curadoria
Maré de Matos
Gestão de mídias sociais
Bárbara Santos
Expografia
Frederico Teixeira
Design gráfico
Lucas Candido
Assessoria de Imprensa
Angelo Miguel
Coordenação de Pesquisa e Acervo
Fábio Santana
Assistentes de Pesquisa e Catalogação
Melissa de Assis e Mariano Mattos
Desenvolvimento Web
Talita Santos e Daniel Coronel
Assessoria Jurídica
Jaqueline Teixeira
Equipe de Audiovisual
Bruno Peixoto e Vinícius Monteiro
Audiodescrição e Libras
Anne Magalhães
Comunicação Visual
Amarelo Gráfica
Cenotecnia
Harpia Design & Produções
Diretora
Solange Alves Miranda
Coordenadora
Ana Carolina Cassola
Professoras
Letícia Cristina Mendonça Manso e Adriana Costa Campos
Diretora
Priscila Araujo Soares
Coordenadora
Elaine dos Santos C Lins e Natalia Carolina. S Toledo
Professoras
Luana Josefa de Camargo Makiyama
Gestor
Reginaldo Santos Silva
Chefe do núcleo de cultura
Viviane Ferreira
Agradecemos a todas as famílias que autorizaram a participação das crianças e a toda comunidade Mandelense e do Segundinho.
EXPOSIÇÕES